As mortes de Quincas

primeira foi a nao fisica, quando perde dignidade perante sua familia.
''O que nos leva a constatar ter havido uma primeira
morte, senão física pelo menos moral, datada de anos antes, somando um total de
três"
segunda foi a morte fisica, onde morre de verdade.
"Penteado, barbeado, vestido de
negro, camisa alva e gravata, sapatos lustrosos, era realmente Joaquim Soares da
Cunha quem descansava no caixão funerário – um caixão régio"
"A negra chamou, não obteve resposta, pensou-o ainda adormecido, empurrou a porta. Quincas sorria deitado no catre – o lençol negro de sujo, uma rasgada colcha sobre as pernas –, era seu habitual sorriso acolhedor, ela nem se deu conta de nada. Perguntou-lhe pelas prometidas ervas, ele sorria sem responder. O dedão do pé direito saía por um buraco da meia, os sapatos rotos estavam no chão. A negra, íntima e acostumada às brincadeiras de Quincas, sentou-se na cama, disse-lhe estar com pressa. Admirou-se dele não estender a mão libertina, viciada nos beliscões e apalpadelas. Fitou mais uma vez o dedo grande do pé direito, achou esquisito. Tocou o corpo de Quincas. Levantou-se alarmada, tomou da mão fria. Desceu as escadas correndo, espalhou a notícia."
E a terceira foi a qual ele desejaria morrer. Que foi onde ele é ''enterrado'' no mar.
"No meio do ruído, do mar em fúria, do saveiro em perigo, à luz dos raios, viram Quincas atirar-se e ouviram sua frase derradeira. Penetrava o saveiro nas águas calmas do quebra-mar, mas Quincas ficara na tempestade, envolto num lençol de ondas e espuma, por sua própria vontade."
Apelidos pelo qual era chamado eram:
-paizinho
-velhinho

Dentro da obra "A morte e a morte de Quincas Berro D'aguá", o personagem principal (Quincas) morre três vezes durante a história.

A primeira não é uma morte física mas sim psicológica/moral, ocorrendo no momento em quer ele é deixado de lado pela sua família e pela sociedade.
"O que nos leva a constatar ter havido uma primeira morte, senão física pelo menos moral, datada de anos antes"
"..Quincas desde alguns anos, ao decretá-lo morto para a sociedade."

A segunda é a própria morte física, sendo decretado o estado de óbito pelo médico.
"Exibem eles, vitoriosamente, o atestado de óbito assinado pelo médico quase ao meio-dia e com esse simples papel - só porque contém letras impressas e estampilhas -"
"Penteado, barbeado, vestido de
negro, camisa alva e gravata, sapatos lustrosos, era realmente Joaquim Soares da
Cunha quem descansava no caixão funerário – um caixão régio"

E por fim a terceira e ultima morte ocorre quando Quincas cai no mar, esta ocorre quando seus amigos pegam ele, já defunto, vão dar uma volta com seu corpo pela cidade, e acabam deixando o corpo cair no mar após uma tempestade. Apesar de tudo está era a morte desejada por ele.
"Quincas não respondia aspirava ar marítimo, uma de suas mãos tocava a água, abrindo um risco nas ondas"
"No meio do ruído, do mar em fúria, do saveiro em perigo, à luz dos raios, viram Quincas atirar-se e ouviram sua frase derradeira. Penetrava o saveiro nas águas calmas do quebra-mar, mas Quincas ficara na tempestade, envolto num lençol de ondas e espuma, por sua própria vontade"

Podemos destacar por fim outros dois apelidos pelos cais o protagonista era chamado, sendo eles "Paizinho" e "Velhinho"
"– Ele era o pai da gente! Paizinho Quincas... "
“– Bonita é Quitéria, hein, velhinho? O que é que ela vai fazer agora?"